Pensamentos, idéias e as experiências de um jogador (não só) de RPG.

quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Uma aventura, pra variar

Eu escuto musica todo o dia, o dia todo. E muitas vezes tiro delas personagens e aventuras completas. Seja usando uma só frase ou uma música inteira, a idéia brota na cabeça e fica cutucando até sair.

Hoje não foi diferente, e ouvindo o cd a caminho do trabalho fiquei matutando uma aventura para Cyberpunk 2020 que depois se provou ideal mesmo para Cybergeneration. Aí vai a introdução:



Monte Gringo é uma pequena cidade no Alabama, EUA. Lá alguns dos bandidos mais perigosos e os mais cafajestes pagam suas penas em trabalhos forçados, tendo seus implantes perigosos removidos e os outros inutilizados por ondas de microondas.

Apesar disso é em Monte Gringo que a diversão acontece nos pequenos bares e clubes noturnos. Tudo muito decadente, sujo e perigoso, como qualque boa cidade de Cyberpunk.

Uma das pessoas mais conhecidas (e queridas) por lá é NighRider, um dos apostadores mais sortudos do oeste e um dos poucos homens da cidade que já trabalho para “os grandes” ( como são chamadas as corporaçõe). Mas de uma hora para outra ele, que era um herói local acaba sendo preso por assalto a um carro forte em Santo Antonio.

Desta vez não se aplicaram as leis nem as formalidades habituais e NightRider ficou preso em Santo Antonio e de lá nunca mais saiu. Nunca mais ninguém soube dele, e quem foi atrás voltava sempre de mãos vazias.

O tempo passou e uma geração se foi até que alguém se lembrasse do maior herói da decadente Monte Gringo.

Influenciado por um rockerboy local um grupo de jovens decide buscar a verdade por trás da captura e sumiço de NightRider. Para isso eles deverão ir atrás de seu melhor companheiro que hoje vive afogado nos cassinos e entre as putas do Alabama.
O resto eu não conto, pelo menos não aqui. O Destino de NightRider estará nas mãos dos meus jogadores. Enquanto isso você pode procurar uma música chamada As melhores Putas do Alabama, da banda Matanza.

quarta-feira, 29 de setembro de 2004

Mudando de canal

Eu não havia percebido isso, mas depois de conversar com um amigo meu, vi que eu estava falando muito dos jogos de horror ( WoD ) e deixando de lado muita coisa legal.

Notei também que os meus jogos estavam só indo por este lado também... É jogo de horror, de vampiro, Cthulhu, horror, vampiro de novo etc.

Encheu o saco. Vou dar um tempo com este tipo de cenário e voltar a jogar fantasy e procurar por outros jogos divertidos. Na boa, já torrou minha paciencia ver personagens andróginos vestidos de preto e investigadores do oculto.

Com tanta coisa boa por aí dando sopa...

Vai ser bom também ir contra o fluxo de um dos mainstreams de hoje (o outro seria fantasy, mas este eu ainda quero jogar) e reencontrar bons jogos na mesa.

Uma das vontades que tenho é pegar o D&D ou o Warhammer e ler novamente, e montar uma aventura básica. Mas básica mesmo e ir passo a passo crescendo e desenvolvendo os personagens.

Ou então pegar Cyberpunk, Paranóia, Mechwarrior, Falkenstein, qualquer coisa e me exercitar com eles. Jogos one-shot só para variar o estilo e desencanar um pouco do horror.

O horror. Oh, o horror...

sábado, 25 de setembro de 2004

Desafio D&D

Era uma vez um grupo de garotos que economizou muito dinheiro, por meses a fio até comprar o que por muitos era considerada a trilogia sagrada do RPG. Quando os livros chegaram descobrimos que precisávamos de dados diferentes também... que tristeza. Era uma porcaria morar no interior e não ter maneira alguma de achar o que se precisa. Naquela época não havia net, e cartões de crédito internacional era uma piada de mal gosto...

Jogar D&D nesta época era um verdadeiro desafio pois a gente não tinha a ME-NOR idéia do que era para fazer. Também pudera, a gente chegava numa livraria e pedia por um livro e a sensação era que a gente estava falando era grego :)

O que fazer então com as aventuras? Não tínhamos como sair atrás de material publicado e também não encontrávamos muita coisa além do básico.

Restava a nós criarmos nossas aventuras do nada, buscando em livros de charadas, e trívias a nossa tábua de salvação contra jogadores espertinhos. Lógico que suávamos a camisa para conseguir algumas coisas básicas, como por exemplo as charadas para se entrar numa Dungeon.

Se tem gente que acha que falar “amigo” em elfo era coisa fácil demais, é porque nunca tiveram que enfrentar cálculos matemáticos e astrológicos para abrir uma porta.

Mas porque o trocadilho do título?

È porque estamos em fase de criar um novo desafio D&D, estamos não... Porque eu não aceitei o convite. Acho que o tempo para se preparar uma aventura decente para um evento envolve mais do que simplesmente achar alguns desafios e colocá-los numa dungeon.

É preciso uni-los com uma trama, apresentá-los de maneira natural e depois da aventura pronta, testar com vários grupos de jogadores para localizar as bobagens.

O que eu imaginei, e talvez use no futuro para um possível Desafio, é o seguinte:

- Imaginar um set onde os jogadores possam ser introduzidos de maneira rápida e fácil (afinal o Desafio acontece num evento com hora marcada para começar e terminar, o relógio e o tempo se tornam então imprescindíveis).

- Uma vez com o setting pronto, começo a delinear a aventura, ao menos o básico dela para que eu possa depois ir floreando com os desafios.

- o próximo passo é pesquisar uma série de desafios, desde aqueles usados usando o setting de jogo para as respostas (elementos de Forgotten para elucidar um problema, por exemplo) como outros desafios que usem a cabeça, seja do jogador ou do personagem.

Este é o grande X da questão para mim, pois aqui eu acho legal explorarmos tanto o conhecimento do jogador com o universo de jogo, o conhecimento do jogado com assuntos gerais e por fim o conhecimento do personagem, onde é possível analisar como o jogador montou seu PC e como ele o usa em jogo.

Discuti isso com algumas pessoas e achavam que eu estava exagerando. Será?

De qualquer maneira isso me fez pensar mais e estou já rabiscando alguma coisa para o ano que vem.

domingo, 19 de setembro de 2004

Avast, Me Harties!

Hoje é o Talk Like a Pirate Day, e se não fosse pelo Mauro eu ia acabar esquecendo...

E falando em piratas, eles juntamente com os vikings foram um dos responsáveis diretos pela minha entrada no mundo de fantasia que me trouxe até onde estou hoje.

Quando criança uma das minhas maiores diversões era ficar na biblioteca de casa folheando livros e enciclopédias, e uma das minhas leituras favoritas (confesso que em parte era porcausa das ilustrações) era a enciclopédia Conhecer que trazia textos sobre piratas e bucaneiros.

Depois era só pegar o Ilha do Tesouro de Robert Louis Stevenson e ler até gastar a capa.

Como eu adorava aquele livro, que juntamente conm Robinson Crusoé e Os Três Mosqueteiros, fazia parte de uma coleção de livros de aventuras que me fora presenteado pelo meu pai.

Engraçado que somente depois de muito tempo eu descobri que ele foi uma das pessoas que mais me incentivou à leitura e a viver meus sonhos.

Mas vontando à pirataria, ou melhor, aos piratas, eu ainda não tive o gostinho de uma verdadeira aventura de bucaneiros com 7th Sea.

Na verdade não consegui ainda passar o que eu quero para o papel, mesmo com os filmes de piratas e aventuras do gênero, eu ainda acho que falta alguma coisa.

Só não sei o que, ainda.

A Ilha do Tesouro é uma tremenda aventura, talvez seja aí o começo da coisa toda.

Quanto aos vikings, a história é outra, e bem diferente :)

Obrigado, pai.

sexta-feira, 17 de setembro de 2004

Você não me vê

Depois de serviços prestados a nação como um agente do governo, recebo finalmente a devida menção honrosa.

Na América Latina só existem 4 de nós, um no Chile, um no sul e dois aqui em São Paulo. Mas estamos crescendo e em breve dominaremos o mundo para o Tio Steve.

Estamos todos devidamente uniformizados e vocês não vêem a gente ;-P
Fnord!

quarta-feira, 15 de setembro de 2004

Hellblazer, fadas e quadrinhos

Conversando com o Leandro (editor de quadrinhos da Devir) sobre um dos lançamentos da editora, lembrei-me dos vários crossovers de quadrinhos com RPG que vivenciei, tanto como Mestre e jogador.

Muitas vezes o universo da linha Vertigo (da DC Comics) foi usado com sucesso em mesas de WoD, principalmente, mas se extendendo a outros sistemas.

Hellblazer (John Constantine) e o Monstro do Pântano foram 2 séries que tinham uma ótima história de horror aliada a bons personagens e não era difícil nos encontrar num jogo influenciado por estas histórias.

Hoje em dia só acompanho por inércia as histórias em Hellblazer por achar que já contaram tudo o que tinham de contar com o Constantine, e HQs de super heróis eu mal chego perto, pelo mesmo feeling.

Mas lendo o Fábulas, tive a vontade de usar novamente alguns elementos dos contos de fada em jogos.

Não é novidade nenhuma e também não há nenhuma idéia que eu ache genial, mas é divertido usar algumas figurinhas carimbadas dos contos de fadas em alguns jogos.

A idéia mais recente, e já faz um tempo, foi uma que tive com o André e envolve os três porquinhos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2004

Histórias do EIRPG - parte 2

Quando ainda estávamos com o EIRPG na marquise do Ibirapuera, a regra era, uma vez terminado o evento a gente iria se reunir pra decidir o que fazer.

Muitas vezes nos reuníamos para a clássica reunião informal no Finnega’s ( atual O’Malley’s) para bebermos cerveja e jogarmos conversa fora, ou então rolava uma jogatina na casa de alguém. Isso quando não tínhamos que nos arrumar para um live action que rondava a cidade.

Mas...

Tinha aquela turma que não tinha bem o que fazer e ficava vagando pelo Ibirapuera até a hora dos portões fecharem. Eram rodinhas de jogadores que ficavam por lá esquentando os motores para o dia seguinte.

Só que alguns deles se esqueciam do fechamento dos portões e acabavam por lá, no parque, aguardando o dia seguinte chegar. Entre eles estava um amigo meu, que para proteger a idade irei chamar de Sandoval.

O cara dormiu no evento, dentro da área da Gibiteca Hebfil, que na época tinha uma série de (ótimas) almofadas e gibis. O cenário perfeito para uma boa noite de sono.

Só que o Sandoval tinha sono pesado. Muito pesado... E o dia seguinte chegou e com ele nós, os madrugadores.

Mal a gente havia chegado, lá vieram as tiazinhas da gibitecas, assustadas com o mendigo que estava roncando entre as almofadas.

Nós, malacos, prontamente nos apresentamos para salvar o dia. Com a ajuda do pessoal, entramos no antro do sem-teto e rolamos sobre ele, pegando-o pela mochila, puxando, apertando, empurrando e prometendo muita coca-cola (o santo remédio do cara) até que ele finalmente saiu da área privada da gibiteca.

Coitado do Sandoval, nem sabia o que estava acontecendo com ele!

quarta-feira, 8 de setembro de 2004

Apenas uma notificação

Por erro meu as imagens do blog estão fora do ar temporariamente. Estarão de volta em breve.

Aproveitei o feriado para relaxar, comer e dormir muito, saí de lá com algumas idéias para colocar aqui, o que é bom.

Nem cheguei perto do micro, passei 4 dias descalso, andando na grama, com os gatos, o cachorro, papagaio, tartaruga e outras criaturas agradáveis.

sexta-feira, 3 de setembro de 2004

Hey Chombata!

Cyberpunk é um dos gêneros que mais gosto mas infelizmente teve pouco retorno aqui na comunidade brasileira de jogadores e por isso hoje não se vê muita coisa publicada aqui e lá fora.

Mas uma coisa me animou, na lista de discussão de cyberpunk que faço parte descobri que há um movimento de criação e publicação de material. Ainda não é o quase mítico CP2020 3.0 mas um dia chegamos lá.

Uma aventura onde você não tem acesso total à tecnologia (apesar dela estar lá) é algo que curto muito. Implantes mal feitos, cibernéticos desajeitados e com um design retrô sempre me povoou a cabeça.

Nada de braços cromados com monoblades nos dedos, mas sim um quase steam punk, na verdade um retro-punk se é que posso me dar a liberdade de "inventar outro punk-termo"

Numa aventura os garotos, acostumados ao cyberpunk by the book ficaram alarmados ao descobrir que eu fazia um teste com os implantes dos personagens e a possibilidade demal function era alta, e em alguns casos, altíssima.

Usei como base minha dor de cabeça ao instalar (ou tentar instalar programas piratas no meu micro). Ia ser muito divertido, ao menos pra mim dizer que a estática em um dos cyber olhos está piorando ate dar uma tela azul - error ! -

Ou um "bad server, no donut" para um hacker das ruas.

De fato consegui explorar mais as aventuras desta maneira, o que era apenas uma compra de implantes antes do jogo começar virou roleplay. "Ah.... vc quer torcar seus cyberópticos?" nada de jogar dados e ver na tabela, vamos ver o que acontece se o seu personagem quase psicótico vai se portar numa consulta.

Ou será que ele vai ter que se contentar com uma troca asséptica feita num dos prédios abandonados e por um médico bêbado? Esta cena aqui vem diretamente do filme Minority Report, aliás é daquele jeito que Tom Cruise "troca" os olhos que eu imagino a maioria das operações e cirurgias ilegais em cyberpunk.

Pulando de um filme para outro, o que tenho em mente toda vez que descrevos os cenários é a terra quase abandonada de Blade Runner.

Muita gente na rua, muita sujeira e barulho, além de prédios imensos e vazios ( ou não, quem sabe...), uma mistura do moderno e do antigo e ao longe os zigurates das corporações, vomitando fumaça e detritos na parte pobre que sobrevive sabe-se lá como.

Este é meu mundo cyberpunk.

quinta-feira, 2 de setembro de 2004

Que a força esteja comigo!

Já faz algum tempo que não falo sobre filmes. Talvez poque não tivesse tempo para sentar e relaxar (cinema então, nem pensar...).

Mas tudo irá mudar com a chegada do feriado :) Star Wars, Twin Peaks DVD (1º temporada) e o que mais vier pela frente!

Nesta semana achei um tempinho para assistir Lost In Translation, um filme da Sophia Copolla. Gostei. Mas para voltar ao clima RPG do blog recomendo a todos que vejam um trailer de um thriller.

Não vi muita coisa sobre ele ainda mas já tem um site e trailer, já é um começo.

Mesmo que ele seja ruim (o que espero que não seja, mas vá saber...), ao menos o que já vi me fez nascer umas idéias na cachola.

O filme se chama SAW e o trailer tá aqui.

quarta-feira, 1 de setembro de 2004

Histórias do EIRPG - parte 1

O ano é 1991, pela primeira vez estávamos com um grande evento de RPG. Era o 1ºEIRPG e acontecia na Marquise do Ibirapuera, um lugar cedido pela prefeitura para fazermos o evento.

O vão livre ewra curvo e sem paredes, o parque aberto ao público e a gente que na época éramos voluntários, não tínhamos idéia de como ele seria.

O convidado internacional era Steve Jackson, do recém publicado GURPS. Eu não era ainda funcionário da Devir e a pessoa responsável por nos reunir era o Tadeu, um americano com longa experiência em jogos e eventos mas que estava pela primeira vez ajudando a coordenar uma convenção de verdade.

O convidado estava para chegar e nós, poucos mestres de demonstração da Devir, estavamos correndo contra tempo para pintar e preparar as miniaturas de umjogo chamado Ogre (publicado pelo Steve e amado por ele).

Era noite, faltavam 2 dias para o evento e estavamos todos na Devir trancafiados numa sala e animadíssimos com toda a zona. De repente a porta aber e um cara branquelo e barbado entra assobiando com um gravador na mão, olhando para todos os lados e a gente sem entender nada...

Era o Steve.

Um cara prá lá de tranqüilo e simpático, que depois das apresentações (e babação de ovo de nossa parte) sentou com a gente para conversar e pintar.

E foi assima noite toda. Um tremendo começo de evento para nós.

Um dia antes fomos ao Ibirapuera, lá eu e mais um colega, o Giordano montamos todas... sim TODAS as mesas do evento. Mas tudo bem, tudo era festa :)

E foi assim o início do 1ºEIRPG, num clima descontraído e sossegado.

Mas isso não foi tudo. A noite quando todas as atividades oficiais foram cumpridas, lá íamos "roubar" o Steve do hotel, levando-o para conhecer a noite paulistana.

Bixiga, caipirinha e balada, muita risada e muitas piadas sobre RPG. Piadas que a gente não conhecia, mas que hoje qualquer um identificaria.

Tenho muita saudade destes tempos, não que hose seja ruim, pelo contrário, mas a inocência de todos nós aliada com a energia de algo novo fez do 1º Encontro algo inesquecível pra mim.

 
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